Antes de te conhecer já tinha
sonhado casar contigo.
Sem precisar dia, ano ou lugar,
aconteceu e, talvez não tenha sido apenas comigo mas com todas as meninas que
brincam e sonham, que sonham e brincam, e de cada vez que o fazem inventam
desejos, semeiam vontades e fazem-se gente para a vida, através das
brincadeiras do faz de conta.
Cedo desejei casar contigo.
Não te conhecia, nem tampouco me
conhecia e já havia tido tamanho desejo. Viver para a concretização dos sonhos
é inerente à vida, assim como o respirar e o bater do coração. O meu coração,
como qualquer coração bate; ao teu lado palpita e sabe a amor.
Sabe a gelado de limão numa tarde
quente à beira-mar.
Sabe ao riso das crianças a brincar
ao esconde.
Sabe à toalha quente que envolve o
corpo à saída do banho.
Sabe a uma cama feita de lavado numa
noite amena qualquer.
Cedo desejei casar contigo, ter
filhos e um lar, numa casa cuja dimensão represente mais que qualquer tipologia
ou área de uma assoalhada, mas que seja para as nossas vidas o berço de todos
os desejos conjuntos, onde possam ser feitos os balanços dos caminhos
percorridos e definidos os que ainda temos de percorrer, onde haja partilha de
medos, receios, confidências e demais emoções.
No final, ambos vamos querer
desfrutar da felicidade alcançada por intermédio dos sonhos concretizados, rir
dos que ficaram por realizar, perceber quais foram ousados, mas sobretudo
vestir a sensação do ter valido a pena. Nunca te vi ou tive na vida como um
"enviado do destino". No amor, acreditar no destino, ė reconhecer que
não houve alternativa, e se não houve alternativa, então não é amor. Tu foste a
escolha, o tal; Aquele por quem me perdi e encontrei, aquele a quem confiei a
transformação do meu corpo, aquele por que quem jurei fidelidade e amor eterno.
Não te reconheci pelo olhar mas apaixonei-me por ele, e muito embora os dias
cinzentos também façam parte dos nossos dias, certo é que também os há verdes,
amarelos, vermelhos, azuis e rosa.
Um dia sonhei casar contigo, e mesmo
sem saber, o meu coração esperou por ser, aquilo que é por estar contigo.
De criança mantenho a preferência
pelo cor-de-rosa, tu gostas de pizza,
carros e ler o jornal ao sábado de manhã numa esplanada. Fazemos das diferenças
uma experiência para a vida, na qual alimentamos o amor de afinidades.
Não somos perfeitos, mas fazes-me
bem.

É um texto lindo pela sua simplicidade!
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